Foto; Safira Moreira
Os grupos
selecionados no edital 2016 do Fundo Fale Sem Medo já iniciaram as atividades
de seus projetos. As 33 organizações usam as mais diversas estratégias para
multiplicar informações e ações para o enfrentamento à violência
doméstica.
Nos projetos
selecionados este ano constam a promoção da inclusão e do empoderamento
feminino na construção civil, a capacitação de lideranças das trabalhadoras
domésticas, um festival de música e até a produção de programas radiofônicos,
entre outros. Tudo voltado para o fim da violência doméstica e acessando as
normas e leis que existem para enfrentá-la.
Um exemplo é o
Grupo Cultural Balé das Iyabás, que com o projeto Protagonismo de Preta
II objetiva fortalecer, emancipar e empoderar mulheres, sobretudo
mulheres negras, através de oficinas com dinâmicas de interação com música e
dança afro e debates sobre gênero e raça/etnia, promovendo o enfrentamento dos
diversos tipos de violência sofridos pelas mulheres.
O ciclo de
oficinas, chamadas de Vivências do Balé, começou em março. O primeiro encontro,
no dia 20 de março, teve como tema a Rede Pública de Enfrentamento à Violência
Doméstica e contou com a participação de Vanda Ferreira. “Na primeira Vivência
do ano, enfrentamos a temática da violência doméstica. A convidada Vanda
Ferreira, que luta diariamente para os direitos e o bem estar das mulheres
negras dentro da Secretaria Municipal, nos lembrou quão longo é ainda o
processo para mudar a mentalidade e o comportamento da sociedade em relação à
questão, o que inibe a eficácia dos equipamentos públicos mas também fortalece
e alimenta a nossa luta. Uma luta que revivemos através da mitologia dos
Orixás, Itans que nos lembram da força, da resistência, das estratégias das
Iyabás e dos infinitos recursos que temos perante a essas imposições e
violências”, disseram Sinara Rúbia e Ludmilla Almeida, coordenadoras do grupo.
No dia 10 de abril
haverá um novo encontro das Vivências do Balé. A convidada desta edição será a
Ana Paula Lisboa, escritora e coordenadora da Agência de Redes Para Juventude,
que conversará sobre mulheres negras e juventude da favela. O evento acontece
de 15h às 18h na Rua Joaquim Silva, 98, Lapa, Rio de Janeiro. Saiba mais.
O projeto Elas
que são Elas!, do Grupo de Estudo sobre a Lei Maria da Penha da
Universidade Vila Velha (ES), também iniciou suas atividades em março. A
estreia foi no Dia Internacional da Luta da Mulher, 8 de março. Toda segunda
terça-feira de cada mês, o grupo realizará um evento para debater temas
relacionados às violências contra mulheres.
A iniciativa
surgiu a partir do Grupo de Estudos “Lei Maria Da Penha” sob orientação da
Professora Drª.Carmen Hein De Campos, inicialmente com integrantes dos cursos
de Direito e Psicologia. “Nos eventos do ‘Elas que são Elas’ que vão acontecer
a partir de agora, poderão participar pessoas de qualquer curso e de qualquer
área”, explicou Daniela Bello, estudante de Psicologia que faz parte do
projeto. “Nosso grupo está aberto a contribuições de todas e todos e a novos
integrantes. Embora sejamos dos cursos de Direito e Psicologia, somos um grupo
aberto à comunidade acadêmica, pois queremos que seja diverso em estilos,
ideias, etnias, sexualidades e gêneros”, reforçam as integrantes do grupo.
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