sexta-feira, 17 de abril de 2020

REMUT LANÇA EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLÉIA







EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA PARA E ALTERAÇÃO DO ESTATUTO E ELEIÇÃO DA NOVA DIRETORIA DO MOVIMENTO DE MULHERES DE TARAUACÁ- REMUT 

                           

        O Movimento Rede de Mulheres de Tarauacá- REMUT através de sua Diretoria Executiva, devidamente representada por sua Presidenta a Sr.ª.  Maria do Perpétuo Socorro de Jesus Araújo CONVOCA   através do presente edital, todos os membros associados , para a Assembleia Geral Ordinária que definirá a Diretoria Executiva e a Alteração do Estatuto conforme cap.VII da Reforma do Estatuto art.23.O processo eleitoral ocorrerá  no dia 10 de abril de 2020 as 15hs na Rua Severiano Ramos Nº 648,bairro Senador Pompeu na cidade de Tarauacá-Acre, para deliberar sobre o a seguinte ordem do dia:
1.        Eleição da Diretoria do Movimento Rede de Mulheres de Tarauacá- REMUT.
2.        Alteração do Estatuto.






Tarauacá AC, 10 março de 2020.


Atenciosamente,



_________________________________
Maria do Perpétuo Socorro de Jesus Araújo

(Presidente da REMUT)

sábado, 11 de abril de 2020

Especialista da ONU pede melhor proteção para idosos na pandemia do novo coronavírus

Foto: EBC/Eduardo Bovo/CC
Foto: EBC/Eduardo Bovo/CC

A sociedade tem o dever de exercer a solidariedade e proteger melhor as pessoas idosas que arcam com a maior parte da pandemia da COVID-19. O alerta é da perita independente das Nações Unidas para o direito das pessoas idosas, Rosa Kornfeld-Matte.
“Relatos de abandono de pessoas idosas em casas de repouso ou de corpos encontrados em asilos são alarmantes. Isto é inaceitável”, afirmou a especialista. “Todos temos a obrigação de exercer a solidariedade e proteger os idosos deste mal”.
As pessoas idosas não apenas têm um maior risco desproporcional de morte mas também são mais ameaçadas pela COVID-19 por conta de suas necessidades de cuidado ou por viver em ambientes de alto risco como estas instituições, alertou a perita.
Rosa Kornfeld-Matte demonstrou preocupação particular com pessoas idosas que têm doenças pré-existentes e aquelas que já são excluídas socialmente, vivendo na pobreza, tendo limitado acesso a serviços de saúde ou vivendo em espaços confinados, como prisões e casas de repouso.
“Esta exclusão social é exacerbada pelas medidas de distanciamento social, como impedir a entrada de visitantes nas casas de repouso. Distanciamento social não pode se tornar exclusão social”, afirmou Rosa.
“Distanciamento físico é crucial mas é preciso encontrar maneiras seguras e criativas de aumentar as conexões sociais. As pessoas idosas devem ter maneiras de estar em contato online, incluindo nas casas de repouso e nas áreas remotas”, ela afirmou.
A especialista independente notou que os idosos já estão enfrentando uma discriminação particular pela idade avançada e, por isso, precisam de proteção específica de direitos. Ela pontuou a necessidade urgente de uma abordagem holística de direitos humanos que garanta igual realização de todos os direitos, incluindo acesso a serviço de saúde.
“Estou profundamente preocupada que as decisões sobre realocar recursos médicos escassos, como ventiladores de unidades de terapia intensiva, sejam tomadas apenas com base na idade, negando aos idosos o direito à saúde e à vida numa base de igualdade de direitos”, afirmou Rosa.
A especialista pediu que protocolos de triagem sejam desenvolvidos e seguidos de maneira a garantir que estas decisões sejam tomadas com base nas necessidades médicas, a melhor evidência científica disponível e não com base num critério não-médico como idade ou deficiência.
“As pessoas idosas se tornaram altamente visíveis com o surto de COVID-19 mas suas vozes, opiniões e preocupações não têm sido ouvidas. Ao contrário, a enraizada discriminação com base na idade em nossas sociedades tem se tornado mais aparente. Temos visto linguagem desumanizada e cruel nas mídias sociais e com ênfase exclusiva na vulnerabilidade dos mais velhos, ignorando a autonomia deles”, afirmou a perita.
Rosa Kornfeld-Matte pediu que todas as partes envolvidas garantam o apoio essencial para que serviços domésticos nas comunidades possam continuar sem colocar as pessoas idosas e seus cuidadores em risco. “Comunidades e gerações devem estar juntos para atravessar esta crise em solidariedade”, concluiu.
Rosa Kornfeld-Matte (Chile) foi indicada em 2014 como a primeira perita independente das Nações Unidas para o direito das pessoas idosas.

APÓS DECISÃO JUDICIAL, MÃES TEMEM FICAR SEM PENSÃO ALIMENTÍCIA NA PANDEMIA


STJ determinou que devedores fiquem em regime domiliciar na quarentena de contenção do coronavírus



Há três meses Mônica Ciconello, 37, já não recebia a pensão alimentícia do pai de sua filha de 12 anos. Na semana passada, ele avisou que, com o isolamento em razão da pandemia de coronavírus, não teria como pagar os valores atrasados nem os dos próximos meses.
“Ele é tatuador e, assim que teve de fechar o estúdio, já me disse que não pagaria. Eu já estava pensando em recorrer mais uma vez à Justiça, mas agora sei que não vai adiantar”, contou a assistente técnica. Se o recebimento da pensão estabelecida judicialmente já era incerto, Mônica disse se sentir ainda mais desamparada. No último dia 25, O STJ (Superior Tribunal de Justiça) estendeu a todos os presos por dívida alimentícia os efeitos de uma decisão liminar que garante a prisão domiciliar. Na sexta-feira (3), o Senado aprovou projeto de lei que, entre outros pontos para a contenção do vírus, estabelece o regime domiciliar para os casos de atraso em pensão.
“Há 12 anos eu enfrento essa briga para receber a pensão da minha filha. Já tive que ir à Justiça três vezes para receber e só recorria quando eram muitos meses, porque sempre acontecia de ele pular um mês ou outro”, disse. Mônica contou já ter até mesmo proposto receber menos do que o valor de um salário mínimo estabelecido, mas ele não aceitou.
“Era o oficial de Justiça aparecer que ele pagava. E agora? Com a epidemia, o processo vai andar? Não posso contar com isso”, disse Mônica, que decidiu economizar e cortar algumas despesas para o período em que deve ficar sem o recurso. Mãe de um menino de 8 anos com autismo, Elaine Kiss, 39 , também vive há anos com a incerteza do pagamento da pensão. “O pai dele paga um mês e fica três sem pagar. É um valor que eu sei ser muito pouco para ele, de R$ 300, mas que faria muita diferença para nós”.
O pai, que é dono de uma loja de eletrônicos, também avisou que não conseguiria pagar o valor do próximo mês porque fechou o comércio no isolamento. “Entendo que ele teve prejuízo, mas ele deixar de cumprir as obrigações dele não é um problema de agora. Se, com a lei mais rígida, ele já não pagava, agora tenho menos esperança ainda”, disse.
Elaine estava havia dois meses trabalhando como assistente da fonoaudióloga do menino, que também parou de atender os pacientes. Ela teme ser demitida ou não receber o salário integral. “Tenho muitos gastos com o meu filho, que ainda usa fralda, toma remédios psiquiátricos”, contou.
Além das dificuldades financeiras, Elaine disse que, desde o início do isolamento, seu filho não viu o pai e sente falta da rotina de visitas. “Eles não tinham uma relação próxima, mas ele ia à loja do pai uma vez por semana e não entende por que não pode ir mais”.
O defensor público Edgar Pierini Neto disse existir outros instrumentos para obrigar o pagamento da pensão alimentícia, como a inscrição do devedor no cadastro de inadimplentes, sequestro da CNH (carteira nacional de habilitação) e passaporte, penhora de bens e retenção de 30% do salário. “E a decisão não extingue a prisão, o devedor ainda pode ser preso domiciliarmente”, disse.
Para Silvia Chakian, promotora de justiça do Gevid (Grupo Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher), a suspensão da prisão deixa as mães em situação ainda mais vulnerável e coloca em risco as crianças em um momento sensível. “Sobrecarrega financeiramente muitas mulheres que já estão em setores frágeis do mercado de trabalho e que vão sofrer violentamente com a crise”, disse.
Ela ressaltou que a prisão dos devedores só ocorre como último recurso, ou seja, quando os demais instrumentos não funcionaram. “A crise e os riscos da pandemia têm que ser considerados, mas a decisão expõe crianças e mulheres a uma situação muito perigosa, já que a pensão é estabelecida como meio de sobrevivência.”
Por Isabela Palhares

Mulheres e meninas no esporte podem mudar o jogo global

DIA INTERNACIONAL DO ESPORTE PARA O DESENVOLVIMENTO E A PAZ – 6 DE ABRIL DE 2020
 Mulheres e meninas no esporte podem mudar o jogo global/uma vitoria leva a outra noticias meninas marta igualdade de genero destaques
Estrela mundial do futebol, embaixadora da boa vontade das mulheres da ONU e defensora dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (iniciativa do secretário-geral da ONU), Marta Vieira da Silva, com participantes do programa “Uma Vitória Leva À Outra”, no Rio de Janeiro, Brasil. Foto: ONU Mulheres/Camille Miranda

Nunca esquecerei a noite de 2006, quando voltei à minha cidade natal, Dois Riachos (população 11.000), no Nordeste do Brasil, depois da primeira vez que ganhei o prêmio de melhor jogadora de futebol do mundo. Quando cheguei lá, era quase meia-noite e a cidade inteira estava na rua. Entrei em um caminhão de bombeiros e as pessoas estavam aplaudindo e acenando. Eu não podia acreditar que eram as mesmas pessoas que, apenas alguns anos antes, me xingaram, me excluíram de campeonatos de meninos e disseram à minha mãe que ela deveria me proibir de praticar um esporte feito para homens. Naquela noite, percebi o poder de mulheres e meninas no esporte para mudar o mundo.
Até aquele momento, o meu único objetivo era jogar futebol. Eu não estava pensando em me tornar uma ativista ou um exemplo, como sou hoje. Eu não sabia que minha própria experiência na luta e na superação de inúmeras barreiras de gênero no meu caminho estava sacudindo e reformulando as normas de gênero para aquelas pessoas que estavam ao meu redor. Quando criança, eu era uma guerreira solitária que acabou demonstrando que as meninas podiam brincar tão bem quanto, ou até melhor, que os meninos. Mostrei à minha comunidade que as meninas também podiam desafiar o “bom senso” sobre a feminilidade e serem fortes, rápidas e teimosas. Quando deixei a minha cidade, aos 14 anos, para jogar futebol profissionalmente no Rio de Janeiro, estava enviando a mensagem de que mulheres e meninas são corajosas, independentes e podem se sustentar.
Embora o ritmo das mudanças às vezes pareça frustrantemente lento, as sociedades evoluíram da maneira como percebem mulheres e meninas. Hoje em dia, quando volto ao Brasil para visitar a minha família, é incrível ver quantas garotas estão jogando nas ruas, participando de clubes de futebol e sonhando em se tornar jogadoras profissionais. Mulheres e meninas no esporte fizeram contribuições importantes para as mudanças que vemos dentro e fora do campo. Quando brincamos, desafiamos os estereótipos de gênero e fazemos com que as pessoas questionem a falsa ideia de que algumas atividades são apenas para homens. Exercemos nosso direito de ocupar o espaço público, que, infelizmente, ainda é visto com muita frequência como domínio masculino. E, como construímos confiança e resiliência por meio do esporte, temos maiores oportunidades de interromper o ciclo de violência de gênero e ajudar outras mulheres e meninas a fazer o mesmo.
Quando as atletas do sexo feminino têm a chance de se destacar, os resultados são enormes. E para isso, a Copa do Mundo Feminina de 2019 foi realmente uma virada no jogo. A audiência global do torneio ultrapassou 1 bilhão de pessoas. Tenho orgulho de dizer que o jogo que o Brasil competiu contra a França foi assistido por 35 milhões de pessoas, o maior público de uma partida de futebol feminino da história. Foi lindo ver tantas mulheres e meninas na plateia, além de homens e meninos curtindo o jogo. Jogadoras de futebol, treinadoras, árbitras e jornalistas desafiaram os estereótipos de gênero na cobertura da mídia, demonstraram respeito pela diversidade sexual e, é claro, lutaram por salários iguais. Essas questões foram levantadas diante de um grande público e, como resultado, ganharam força na agenda global. Não apenas elas foram transformadas em ação no mundo do esporte, mas também entre uma nova geração que está exigindo seus direitos.
Mulheres e meninas no esporte podem mudar o jogo global/uma vitoria leva a outra noticias meninas marta igualdade de genero destaques
A embaixadora global da ONU Mulheres Marta Vieira da Silva com bola dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Foto: ONU Mulheres/ Ryan Brown
Fiquei profundamente comovida quando soube que as meninas do programa “Uma Vitória Leva à Outra” (UVLO), um programa esportivo para meninas da ONU Mulheres e do Comitê Olímpico Internacional (COI), estavam encontrando grande aceitação e apoio entre suas famílias e comunidades para continuar praticando esportes após a Copa do Mundo Feminina. Recentemente, conheci algumas meninas no Rio de Janeiro e humildemente as ouvi dizendo que as minhas colegas de futebol e eu servimos de inspiração para elas. Kathely Rosa, uma goleira de 19 anos, me disse que vê muitas semelhanças entre a minha história e a dela. Quando ela olha para as batalhas que eu fui capaz de vencer, isso a faz acreditar que pode vencer as dela também. Como eu, muitas outras atletas inspiraram mulheres e meninas a acreditarem em si mesmas e ampliaram a percepção coletiva sobre o que meninas e mulheres são capazes.
O que eu acho fascinante é que essa cadeia de inspiração continua crescendo. Veja Kathely, que quer ser treinadora profissional e treinar um time de futebol feminino em sua comunidade. Atualmente, ela estuda Educação Física e está tão determinada a atingir o seu objetivo que não tenho dúvidas de que ela terá sucesso. Quando isso acontecer, será a sua vez de inspirar outras meninas, transmitindo os valores essenciais do esporte, como disciplina, respeito, trabalho em equipe, diversidade e autoconfiança, que são transferíveis para muitas outras áreas da vida.
Outro exemplo é a Hingride, uma jogadora de rugby que se formou no programa UVLO no ano passado. Ela agora é facilitadora de um novo grupo de meninas jogando rugby em sua comunidade, ensinando muito mais do que apenas como marcar gols. Ela também ensina as meninas sobre questões de gênero, auto-estima e liderança, saúde e direitos sexuais e reprodutivos, violência baseada em gênero e empoderamento econômico. Essas jovens jogadoras de rugby compartilharão seus conhecimentos com suas famílias, amigas e amigos, criando um ciclo virtuoso de transformação positiva. Como a pesquisa demonstra, quando a prática esportiva é combinada com espaços seguros físicos e emocionais, ela cria um efeito multiplicador em várias áreas de desenvolvimento, incluindo saúde, educação e redução de desigualdades. Hingride é a prova viva.
Precisamos de mais investimento no acesso ao esporte para meninas e um campo de jogo uniforme para mulheres profissionais no esporte. Os dividendos são tão claros. Se queremos acelerar o ritmo da mudança para alcançar a igualdade de geração, vamos atrair mais garotas para o campo e iluminar as grandes conquistas das mulheres atletas. Porque uma vitória realmente leva à outra! É claro que mulheres e meninas no esporte têm um grande papel a desempenhar na mudança do jogo global. É hora da igualdade de gênero.

MULHERES ADOTAM ESTRATÉGIAS PARA ESCAPAR DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DURANTE ISOLAMENTO SOCIAL


Era o ano de 2014, no Recife, quando as mulheres do Córrego do Euclides, no Alto José Bonifácio, adotaram uma estratégia exemplar no combate à violência doméstica. Munidas de apitos, rompiam pouco a pouco o silêncio sempre que o potencial agressor dava o sinal de atacar. Dessa forma, a mulher ganhava um tempo precioso para se salvar, avisar às outras e conseguir socorro da polícia. A iniciativa, na época, foi do Grupo de Mulheres Cidadania Feminina. De certa forma, o apitaço inibia o agressor. A ação foi reconhecida pela ONU.
Em meio à pandemia do coronavírus, as mulheres com histórico ou não de violência doméstica também precisam criar estratégias de defesa. Isso porque, estudos têm apontado para o aumento de casos de agressões durante o isolamento social. Avani Santana, coordenadora do Centro de Referência Clarice Lispector, diz que as mulheres atendidas no espaço sempre recebem orientações de como precisam lidar para escapar de um agressor. São os chamados planos de fuga.
Uma das dicas é deslocar a discussão de espaços como cozinha e quarto, por exemplo, e buscar espaços mais expostos, como uma varanda ou sala. “Na cozinha, há risco dela ser machucada com algum utensílio doméstico. No quarto, a porta pode ser trancada. O ideal é deixar a porta da casa aberta, tirar a chave da fechadura e criar estratégias com vizinhas mais íntimas”, sugere Avani.
Também faz parte da estratégias manter roupas na casa de alguém para no momento de uma fuga não precisar organizar uma bolsa ou mesmo não correr o risco de não conseguir pegá-la, mesmo estando arrumada. “Importante a mulher deixar uma cópia da chave do carro com alguém e estabelecer códigos com amigas. Um exemplo pode ser: na hora da briga, você bate uma panela, bate na parede ou grita. Isso intimida o agressor”, diz Avani.
A mulher precisa também conhecer os sinais de que está sendo vítima de violência doméstica. Porque, em geral, a agressão não começa de forma física, mas pelo viés psicológico. O sinal de alerta deve ser ligado quando a mulher começa a vivenciar situações de piadas ofensivas, chantagens, mentiras, ser ignorada, ciúmes, culpa, humilhação, intimidação e ameaça.
O nível de violência pode ser considerado ainda maior quando o companheiro passa a proibir , destruir bens pessoais e “brincar” de bater, beliscar ou dar tapas. Especialistas alertam que se a mulher não pediu ajuda antes, a decisão não pode ficar para depois se o homem chuta, confina, ameaça com objetos e armas, ameaça de morte, força uma relação sexual, violenta ou mutila. “Existe uma rotina onde o homem começa a provocar a mulher e ela, com anos de convivência, sabe quando isso acontece”, explica Avani.
Uma novidade no combate a essa violência durante o isolamento foi lançada pela  Secretaria da Mulher do Recife. Desde o último dia 3, as mulheres poderão pedir socorro pelo whatsapp. As mensagens enviadas para o número (81) 99488.6138 são respondidas por técnicas do Centro de Referência Clarice Lispector. “Ele vai permitir que a mulher faça a denúncia em silêncio, sem chamar a atenção do agressor,” disse Cida Pedrosa, secretária da Mulher do Recife. O medo de ser flagrada e agredida pode estar desestimulando vítimas a pedir ajuda.
Segundo Avani, o número do WhatsApp tem sido muito procurado. “10% querem desabafar e 30% já contam relatos de violência e querem saber como fazer. A maioria deseja entender o serviço.”
Embora no Rio de Janeiro e no Paraná e em países como a China, França e Itália já tinha sido constatado o aumento, as denúncias no Recife permanecem na média, com pequena variação para baixo, informou a Secretaria Municipal da Mulher. Entre 16 de março até o dia 2 de abril, o Centro de Referência Clarice Lispector, que acolhe mulheres vítimas, fez 19 atendimentos presenciais. Em todo o mês de março foram 49. Já o serviço telefônico gratuito Liga Mulher recebeu 113 ligações, número abaixo da média para o mesmo período de março do ano passado. Em todo o mês, foram 301 chamados.
A secretaria também fez a campanha virtual “Mulher, ficar em casa não significa ficar calada”. Tanto a Prefeitura do Recife quanto o governo do estado, através das secretarias da Mulher, têm divulgado nas redes sociais quais serviços estão disponíveis para as vítimas enquanto durar a quarentena.
O Centro de Referência Clarice Lispector está em regime de plantão, com duas técnicas atendendo de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, pelo telefone 08002810107.
Avani também orienta às mulheres vítimas procurarem diretamente as delegacias da mulher ou delegacias de bairro onde aconteceu o fato para fazerem a denúncia. O acionamento também pode ser feito junto à Polícia Militar, através do 190.
No caso da mulher estar machucada em virtude de violência doméstica, a orientação é procurar o Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência Sony Santos, que funciona em um anexo do Hospital da Mulher do Recife, na BR-101, no Curado. “Na unidade, a mulher vai ter o cuidado de saúde e acolhida de uma equipe multiprofissional, formada por psicóloga, enfermeira, médica. Além disso, no local a mulher pode fazer exame de corpo de delito e ainda registrar o boletim de ocorrência. A equipe cuida do machucado e encaminha para procedimento legal”, explica Avani.
Mulheres com filhos em situação de risco de vida também vão continuar seguindo para quatro casas abrigo, em regime de plantão de 24 horas, conforme garantiu o governo do estado. Para serem encaminhadas aos abrigos, a mulher precisa ser direcionada pela rede de referência.
O monitoramento eletrônico, que permite à mulher vítima saber se o agressor descumpriu ordem de se aproximar dela, também permanece e a qualquer momento ela pode acionar o equipamento, também conhecido como botão de alerta.
Mulheres com ordem judicial para receberem o monitoramento eletrônico por parte do estado devem procurar a sede da Secretaria da Mulher, no Cais do Apolo, 222, no 4º andar, das 8h às 15h.
A rede de atendimento também pode solicitar o cadastro de mulheres vítimas no 190 Mulher das 8h às 15. Outro serviço disponível é o telefone da Ouvidoria da Mulher do estado, o 08002818187.
Estão suspensos os serviços das salas da mulher localizadas no Compaz Eduardo Campos, no Alto Santa Terezinha, e no Ariano Suassuna, no Cordeiro, além do serviço do Centro da Mulher Metropolitana Júlia Santiago, em Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife.

Estratégias para escapar da violência doméstica

  • Evite discutir na cozinha (há objetos pontiagudos que podem virar arma) ou no quarto ( a porta pode ser trancada e a mulher fica presa). Busque levar a discussão para ambientes mais abertos
  • Deixe a porta de casa aberta e pegue a chave
  • Combine com vizinhas amigas sinais de que está sendo vítima. Você pode bater panelas, bater na parede ou mesmo gritar e pedir socorro
  • Deixe roupas na casa de uma amiga para o caso de uma emergência de você precisar fugir. Pode ser que não haja tempo de arrumar uma bolsa de última hora ou mesmo de pegá-la, caso esteja pronta
  • Deixe uma cópia da chave do carro com uma amiga

Os sinais de um homem agressor:

Nível um
  • Faz piadas ofensivas
  • Chantageia
  • Mente
  • Ignora a mulher
  • Tem ciúmes
  • Faz a mulher se sentir culpada
  • Humilha
  • Intimida
  • Ameaça
Nível dois
  • Proíbe a mulher de qualquer atividade
  • Destrói bens pessoais
  • Brinca de bater
  • Belisca ou dá tapas
Nível três
  • Dá chutes na mulher
  • Confina
  • Ameaça com objetos ou armas
  • Ameaça de morte
  • Força relação sexual
  • Estupra
  • Mutila

Telefones úteis:

  • Centro de Referência Clarice Lispector: segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, pelo telefone 08002810107
  • WhatsApp do Clarice Lispector: (81) 99488.6138.
  • Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência Sony Santos:  81 2011.0100
  • Polícia Militar: 190
  • Ouvidoria da Mulher do estado: 08002818187.

Dados do Clarice Lispector de 2019:

  • 582 atendimentos presenciais e 3797 chamadas para o Liga, Mulher
  • 469 mulheres foram acompanhadas, ao longo do ano, pela equipe multidisciplinar do Centro
  • 17 prisões de agressores forma solicitadas
  • 7 agressores receberam monitoramento eletrônico
  • 26 petições foram encaminhadas à Justiça, informando descumprimento de medida protetiva
Por Marcionila Teixeira

Enfermeira indígena destaca falta de água e de alimentos como desafios à prevenção do coronavírus na maior reserva indígena do Brasil

Indianara Ramires Guarani Kaiowá atua na Coordenação Técnica Polo Dourados e conta como as comunidades indígenas têm enfrentando problemas crônicos de saneamento, alimentação e falta de demarcação de territórios em meio a pandemia. Saberes tradicionais têm fortalecido a saúde emocional e espiritual em meio ao isolamento social e incertezas
 Enfermeira indígena destaca falta de água e de alimentos como desafios à prevenção do coronavírus na maior reserva indígena do Brasil/onu mulheres ods noticias mulheres indigenas geracao igualdade direitos humanos direitosdasmulheres covid19
Indianara Machado Ramires Guarani Kaiowá é enfermeira e atua em região com mais de 18 mil indígenas Foto: Acervo Pessoal

Vulnerabilidades crônicas, fornecimento de água intermitente e escassez de alimentos são alguns dos desafios listados pela enfermeira Indianara Machado Ramires Guarani Kaiowá, vinculada à Coordenação Técnica Polo Dourados, à prevenção de mais de 18 mil indígenas que vivem em Dourados, localidade que concentra a maior reserva indígena do Brasil.
Em entrevista à ONU Mulheres Brasil, a enfermeira assinalou a vulnerabilidade crônica com que vivem mulheres, homens e crianças indígenas e como problemas históricos reduzem as chances de impacto negativo da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) entre os povos indígenas. O estado do Mato Grosso do Sul possui cerca de 520 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo quase 380 do Sistema Único de Saúde. Em Dourados, estão disponíveis 35 leitos de UTI para população total de 210 mil pessoas.
“Em tempos normais, nós, povos indígenas já sofremos com algumas carências de políticas públicas como saúde e educação e qualidade, saneamento básico, coleta de lixo. A própria falta de demarcação dos territórios indígenas, que é o caso de Dourados, Mato Grosso do Sul, além da falta de políticas para geração de emprego e renda nos territórios indígenas. Na região do Cone Sul, como é o caso de Mato Grosso do Sul, as comunidades são muito próximas dos centros urbanos. Em Dourados, aldeia é próxima da cidade, então tem um trânsito constante de pessoas da aldeia na cidade. Muita gente trabalha na cidade”, conta a enfermeira.
De um lado, a insuficiência de respostas políticas às demandas históricas dos povos indígenas retira-lhes a possibilidade de reagir com celeridade e assertividade a medidas emergenciais recomendadas para a prevenção da Covid-19. Por outro, os efeitos de desestruturação de redes econômicas informais são rapidamente sentidos pelas mulheres indígenas. “Muitas mulheres vão em busca de alimento na cidade, levando mandioca para trocar por arroz. O que a gente chama de mascate. Infelizmente, isso gera uma preocupação maior para nós, como comunidade”, comenta Indianara diante as orientações de isolamento social.
A enfermeira relata estratégias de mobilização comunitária e conteúdos informativos para orientar a população indígena de Dourados sobre a pandemia. “Como profissional de saúde, temos trabalhado com as lideranças, o controle social, as organizações locais para o fomento e a disseminação de informação frente ao Covid-19. Temos tentando informar à comunidade, para que a informação chegue às casas sobre o que essa doença causa, formas de transmissão, o que fazer para se precaver. Temos tentado que a informação chegue às casas das comunidades, embora a gente saiba que muitas famílias não têm acesso à água. Uma parcela muito grande tem dificuldade de acesso à água. Às vezes, a água chega uma vez por semana, três ou quatro vezes por semana. Às vezes, está disponível só num período do dia: chega de manhã, mas não chega à tarde e à noite. Isso tem gerado muita preocupação e a gente tem pautado com gestores sobre essa dificuldade. A gente precisa que haja esforço coletivo da rede para que as comunidades indígenas não sejam tão penalizadas na pandemia”, acentua.
Em relação à assistência de saúde, Indianara Guarani Kaiowá considera que esta precisa estar coordenada com um conjunto de políticas públicas para ter efeito nas aldeias indígenas. “Hoje, nós temos um plano de contingência COVID-19 nas comunidades indígenas, porém, temos problemas crônicos que afetam as nossas comunidades. Precisamos que ações emergenciais sejam realizadas para que minimizem o impacto nas comunidades. Temos trabalhado a disseminação de informação nas casas e nas comunidades, para que se empoderem sobre assuntos relacionados à doença. A orientação basicamente de agentes de saúde é para que as comunidades evitem ir para a cidade. Caso necessite ir para a cidade, que vá somente uma pessoa”, informa.
A profissional de saúde lembra que as recomendações de isolamento social implicam mudança de hábitos do modo de vida indígena. “Quando alguém vai para a cidade, leva a esposa, os filhos, toda a família. Temos orientado as pessoas para que fiquem em casa. As comunidades indígenas são comunidades coletivas, há as especificidades indígenas. Nós temos as nossas particularidades. Então, isso a gente precisa tentar adequar, dialogar e adotar forma de prevenir a Covid-19. Até hoje, em Dourados, não há nenhum caso confirmado. As equipes de saúde têm monitorado casos suspeitos e rumores de pessoas doentes [a entrevista foi realizada em 1º de abril de 2020]. As equipes de saúde têm acompanhado de perto”, reitera.
Saberes tradicionais – Cuidados tradicionais e saberes espirituais têm sido estratégias para harmonizar as comunidades indígenas frente ao temor do novo coronavírus. “Frente aos conhecimentos tradicionais, nossos anciões e anciãs têm trabalhado basicamente no fortalecimento espiritual da juventude. Têm feito rezas e cantorias para que a juventude indígena se fortaleça espiritualmente, para que a comunidade se fortaleça frente à pandemia, que tem gerado muita preocupação nas famílias. Isso tem gerado muito medo porque sabemos que há muitas vulnerabilidades nos territórios indígenas, como falta de água, falta de alimentos, falta de comida para as famílias. Como não estão indo para a cidade, a alimentação está escassa. Isso tem gerado alguns sentimentos que são preocupantes para os anciões e para nós, profissionais de saúde”, assinala.
A enfermeira acrescenta que a visibilidade da realidade dos povos indígenas é decisiva para a mobilização do poder público e a tomada de decisão. “Sabemos que algumas ações emergenciais precisam ser tomadas, como a garantia de alimentos para as pessoas que vivem nas comunidades. Não temos medido esforços para a arrecadação de alimentos nas comunidades e para as famílias que realmente necessitem dessa ajuda. Estamos trabalhando via rede. Temos que garantir que as comunidades não saiam da aldeia. E, para isso, temos que garantir que tenham acesso à alimentação e acesso à água. A gente precisa de parcerias nesse sentido para visibilizar a situação que as comunidades da região do Cone Sul estão vivenciando para que isso se torne visível e tenhamos empenho dos gestores para que tomem ação. Ações emergenciais precisam ser feitas de imediato”, conclui.

O QUE FAZER EM CASO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO ISOLAMENTO

A escalada da violência doméstica durante o isolamento foi registrada na China e na Itália. No Brasil, os primeiros dados são alarmantes




Em apenas uma semana de isolamento, o aumento de denúncias de violência doméstica na cidade do Rio de Janeiro foi de 50%, surpreendendo até mesmo as autoridades da área. O padrão era esperado, contudo. Durante a quarentena, China e Itália também tiveram médias elevadas. “Num isolamento, sobem as tensões familiares”, explica Mafoane Odara, gerente do Instituto Avon, que combate a violência contra a mulher e promove o empoderamento feminino.
Há, primeiro, o medo da situação inédita e inesperada. E o acúmulo de muitas tarefas. Trabalho de casa, tarefas domésticas, as crianças cheias de energia, a preocupação financeira. Essa bola de angústias leva a limites e, se não houver espaço de mediação e diálogo, pode aparecer a violência.
Conversamos com Mafoane sobre as atitudes que devem ser tomadas em tempos de isolamento social. Um aviso ela destaca: “Saia de casa, mesmo durante a quarentena, caso sofra violência. Os órgãos estão trabalhando para ajudá-la como sempre”.

Como a vítima deve agir em caso de violência? 

Uma coisa muito importante para a gente entender é que uma mulher que está numa relação abusiva se sente muito sozinha. E, na situação que vivemos atualmente, isso se intensifica, o sentimento de solidão é maior. O silêncio e o isolamento são os maiores aliados da violência. Precisamos lembrar da capacidade de aproximação da tecnologia. Há os chats de conversas e aplicativos desenvolvidos para atendimento jurídico e psicológico. O Conselho Federal de Psicologia já autorizou os atendimentos a acontecerem virtualmente. E também o lado das pessoas queridas. Ligar para as amigas diariamente, trocar sobre situações que acontecem dentro de casa. É fundamental estabelecer uma rede de apoio, mesmo que virtual.
“Essa hora que vivemos é ideal para olhar em volta e pensar qual sua responsabilidade na sociedade em que vivemos”

Apesar desse apoio virtual, se for necessário, a mulher deve sair de casa? 

É importante lembrar que não existe só violência física, mas também psicológica. E a mulher deve ter um plano de segurança, um conjunto de ações para se proteger e proteger a família. Se se sentir em risco, ela deve ir para uma área perto de porta ou janela, uma rota de fuga. A mulher não deve ir para locais com armas em potencial, como facas ou ferramentas. Também é recomendado deixar na discagem rápida o número da polícia, que continua funcionando normalmente. Caso tenha vizinhos confiáveis, salvar o número deles para ligações de emergência é recomendado também. Além disso, sugerimos deixar pronta uma bolsa com itens importantes, como dinheiro, documento, roupas, alimento. Então, o isolamento deve ser quebrado em qualquer tipo de emergência, como é um pedido de medida protetiva. Os órgãos responsáveis estão de plantão, a mulher precisa apenas pesquisar o endereço para onde deve ir. Em São Paulo, um programa recente da prefeitura garante auxílio-aluguel de 500 reais para mulheres vítimas de violência ou ainda há a Casa da Mulher, iniciativa estadual para atendimento e acolhimento.
“A mulher deve ter um plano de segurança, um conjunto de ações para se proteger e proteger a família”

E como agir com os filhos? Eles devem ir junto? 

Muitas crianças presenciam o processo de violência. Os filhos sabem que tem algo errado e é importante discutir isso com eles, e não esconder. O importante é trazer elementos para a conversa que façam a criança entender o que está acontecendo. E destacar que há uma relação entre os pais e outra entre eles – nem sempre situações de violência envolvem as crianças. A saúde emocional dessa criança deve ser bem preservada. Contudo, informe às crianças o que elas devem fazer caso a violência se confirme, explique a quem devem pedir ajuda. Muitas crianças hoje já ligam para o 180, por exemplo.
“É muito fácil cair na armadilha que cada um vai resolver seu próprio problema, porém a gente só evolui como sociedade quando olhamos para todos”

A situação após a pandemia deve ser ainda pior. Sabemos que crises econômicas são mais um impedimento para que as mulheres vítimas de violência consigam deixar a relação, afinal elas têm medo de não conseguir se sustentar ou à família. Há iniciativas pensando já nesse período? 

Sim. O relacionamento abusivo afeta quatro dimensões femininas. A primeira é a autoestima. A mulher acha que não é nada sem o homem, que a vida dela depende da dele. A segunda é a dimensão econômica. Ela não consegue romper o ciclo porque depende dele. A terceira é a dos filhos e a família, a ameaça de perder isso. Ela tem medo de ter sua competência para criar os filhos questionada, então muitas vezes espera as crianças crescerem antes de ir embora. E por fim uma dimensão social, de perder as pessoas ao seu redor. Essas dimensões envolvem muita gente: o empregador, a creche ou escola, a família. Ter esforço governamental nesse sentido é essencial, mas também é necessária a responsabilidade intersetorial, de todo mundo pensar como pode auxiliar nesse processo. Ajudar a mulher no processo de autonomia financeira e empregabilidade é fundamental. Há alguns programas públicos como o Tem Saída, também em São Paulo. Mas eu acredito que deva existir um esforço de todas as partes da sociedade para proteção dessas mulheres. Isso inclui as empresas que precisam pensar em funcionárias que vão estar nessa situação. As vítimas de violência tem o componente adicional da fragilidade em todo seu sofrimento, portanto elas precisam de ações que vão desenvolver habilidades sociopsíquicas para ter mais autoestima, resiliência, capacidade de liderança e gestão, características essenciais para manter um emprego e ter sucesso na vida profissional. Isso ajuda a mulher na reinserção ou na evolução dentro do mercado de trabalho. Deveríamos cobrar de todos os setores políticas claras nesse sentido e também cobrar para que sejam colocadas em prática. Esse é nosso papel social. Essa hora que vivemos é ideal para olhar em volta e pensar qual sua responsabilidade na sociedade em que vivemos. “Eu tenho mais educação, o que posso fazer por quem temo menos?” “Eu tenho mais dinheiro, o que posso fazer por quem tem menos?” “Como meu negócio pode favorecer o processo de cuidado das mulheres?” É muito fácil cair na armadilha que cada um vai resolver seu próprio problema, porém a gente só evolui como sociedade quando olhamos para todos.

Há algum canal virtual que a mulher posso buscar informação e ajuda? 

O Mapa do Acolhimento reúne mulheres e advogadas dispostas a ajudar de maneira voluntária as vítimas de violência contra as mulheres. Outro aplicativo interessante é o Penhas, desenvolvidos pelo AzMina. Ali tem uma série de informações sobre como criar rede de apoio, além de acolhimento e instruções sobre como fazer denúncias de violência.
Por Isabella D’Ercole