terça-feira, 21 de janeiro de 2014

UNIFESP INVESTIGA COMPLICAÇÕES EM GRÁVIDAS COM SOBREPESO


Uma pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) investiga as causas de mulheres com sobrepeso desenvolverem diabetes gestacional e pré-eclâmpsia (pressão alta) durante a gravidez com mais frequência que as mais magras. O estudo visa a ajudar os médicos a identificar mais precocemente os problemas na gestação antes que eles apareçam, além de melhorar o tratamento.
Segundo Silvia Daher, coordenadora do Laboratório de Obstetrícia Fisiológica Experimental da Unifesp, as primeiras descobertas do estudo, que começou por volta de 2010, estão ligadas a duas substâncias produzidas principalmente por tecido adiposo, aquele que aumenta conforme a pessoa engorda.

Descobriu-se que a substância adiponectina, responsável pela diminuição da glicemia, estava presente em menor quantidade nas mulheres com sobrepeso. Isso significa que esse grupo tem mais chance de aumento da glicemia. “Assim, pode-se ter mais inflamação”, explicou Daher.
Outra substância investigada foi a leptina. A pesquisa constatou que ela estava presente em maior quantidade entre as mulheres com sobrepeso. “Apesar de ser inicialmente definida como hormônio da saciedade, quando aumenta demais [a leptina] não tem mais esse efeito. Mexe nos mecanismos imunológicos e piora toda a inflamação e resistência à insulina”, afirmou a pesquisadora.
De acordo com Silvia, a mulher com sobrepeso tem IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 25 e, a partir de 30, é considera obesa. O sobrepeso duplica a chance de desenvolvimento da pressão alta na gravidez. “A mulher tem mais chance de ser uma hipertensa [posteriormente à gravidez] e a criança também sofre problemas. É causa de morte materna e de óbito fetal, um problema bastante grave”.
O sobrepeso ainda restringe o crescimento do bebê, fazendo com que ele nasça abaixo do peso. Silvia explicou que, nesses casos, há mais chance de parto prematuro.
As mulheres com sobrepeso têm também quatro vezes mais chance de desenvolver diabetes gestacional, ou seja, caso em que a doença se manifesta mesmo que a paciente nunca tenha sido diagnosticada com diabetes antes. Segundo a pesquisadora, há também risco de que a gestante passe a ter diabetes tipo 2 após o nascimento da criança.


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