Estudo revela ainda que
50,3% das mortes violentas de mulheres são cometidas por familiares e 33,2% por
parceiros ou ex-parceiros. Entre 1980 e 2013 foram vítimas de assassinato
106.093 mulheres, 4.762 só em 2013. Mapa da Violência 2015 | Homicídio de mulheres
no Brasil será disponibilizado dia 9/11/2012 no site www.mapadaviolencia.org.br
O Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade
Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), aponta um aumento de 54% em dez
anos no número de homicídios de mulheres negras, passando de 1.864, em 2003,
para 2.875, em 2013. No mesmo período, a quantidade anual de homicídios de
mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747 em 2003 para 1.576 em 2013. O
lançamento da pesquisa conta com o apoio do escritório no Brasil da ONU
Mulheres, da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde
(OPAS/OMS) e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) do
Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.
Nesta
edição, o estudo foca a violência de gênero e revela que, no Brasil, 55,3%
desses crimes foram cometidos no ambiente doméstico e 33,2% dos homicidas eram
parceiros ou ex-parceiros das vítimas, com base em dados de 2013 do Ministério
da Saúde. O país tem uma taxa de 4,8 homicídios por cada 100 mil mulheres, a
quinta maior do mundo, conforme dados da OMS que avaliaram um grupo de 83
países.
A
divulgação da pesquisa em novembro tem especial significação: início dos 16
Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, ações da campanha do
Secretário-Geral da ONU UNA-SE Pelo Fim da Violência contra as Mulheres, o Dia
Internacional de Eliminação da Violência contra as Mulheres e também o Dia
Nacional da Consciência Negra.
Segundo
a Diretora da Flacso Brasil, Salete Valesan Camba, “O Mapa da Violência é um
trabalho desenvolvido pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz desde 1998 e já
foram divulgados 27 estudos que têm contribuído de forma decisiva na reflexão
da sociedade brasileira sobre as múltiplas formas de violência que se abatem
sobre seus cidadãos e cidadãs, ceifando vidas, destruindo famílias, impedindo a
realização dos futuros possíveis que essas vidas poderiam propiciar a toda à
sociedade”.
Para a representante da ONU
Mulheres Brasil, Nadine Gasman, o estudo inova ao revelar a combinação cruel e
extremamente violenta entre racismo e sexismo no Brasil. “As mulheres negras
estão expostas à violência direta, que lhes vitima fatalmente nas relações
afetivas, e indireta, àquela que atinge seus filhos e pessoas próximas. É uma
realidade diária, marcada por trajetórias e situações muito duras e que elas
enfrentam, na maioria das vezes, sozinhas. Os dados denunciam outra bárbara
faceta do racismo e amplia a reflexão sobre os tipos de violência sofridas
pelas mulheres. É urgente criar consciência pública de não tolerância ao
racismo e acelerar respostas institucionais concretas em favor das mulheres
negras”. Gasman lembra a realização da Década Internacional de
Afrodescendentes, entre 2015 e 2024, para promover o respeito, a proteção e a
realização de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais de
afrodescendentes, como reconhecidos na Declaração Universal dos Direitos
Humanos e especificados na Declaração e Plano de Ação de Durban.
Segundo o representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, a pesquisa contribui para aumentar a conscientização sobre a violência de gênero, em especial a morte violenta de mulheres. “A violência contra a mulher é um problema de saúde pública, que afeta mulheres em diversas regiões do país e do mundo. Divulgar dados e estudos sobre esse tema ajuda a compreender a dimensão do problema e pôr fim a uma prática que tem tirado a vida das mulheres”. Ele também destaca a importância de iniciativas como a Campanha UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres, do Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, que proclama o dia 25 de cada mês como o Dia Laranja para reunir esforços e dar visibilidade ao tema.
“O governo da presidenta Dilma Rousseff tem tolerância zero com a violência contra as mulheres. Nós, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, trabalhamos incansavelmente para reduzir as estatísticas. Além de fortalecer o programa Mulher, Viver sem Violência e a rede de atendimento às mulheres, conseguimos, em conjunto com as bancadas femininas da Câmara e do Senado, aprovar este ano a Lei do Feminicídio, um grande passo para punir os criminosos e coibir os crimes por razão de gênero. Com a divulgação do Mapa da Violência, temos mais elementos para continuar investindo em políticas públicas”, afirma a secretária especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Eleonora Menicucci.
Segundo o representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, a pesquisa contribui para aumentar a conscientização sobre a violência de gênero, em especial a morte violenta de mulheres. “A violência contra a mulher é um problema de saúde pública, que afeta mulheres em diversas regiões do país e do mundo. Divulgar dados e estudos sobre esse tema ajuda a compreender a dimensão do problema e pôr fim a uma prática que tem tirado a vida das mulheres”. Ele também destaca a importância de iniciativas como a Campanha UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres, do Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, que proclama o dia 25 de cada mês como o Dia Laranja para reunir esforços e dar visibilidade ao tema.
“O governo da presidenta Dilma Rousseff tem tolerância zero com a violência contra as mulheres. Nós, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, trabalhamos incansavelmente para reduzir as estatísticas. Além de fortalecer o programa Mulher, Viver sem Violência e a rede de atendimento às mulheres, conseguimos, em conjunto com as bancadas femininas da Câmara e do Senado, aprovar este ano a Lei do Feminicídio, um grande passo para punir os criminosos e coibir os crimes por razão de gênero. Com a divulgação do Mapa da Violência, temos mais elementos para continuar investindo em políticas públicas”, afirma a secretária especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Eleonora Menicucci.
Antecedentes – A
violência contra a mulher não é um fato novo. Pelo contrário, é tão antigo
quanto a humanidade. O que é novo, e muito recente, é a preocupação com a
superação dessa violência como condição necessária para a construção de nossa
humanidade. E mais novo ainda é a judicialização do problema, entendendo a
judicialização como a criminalização da violência contra as mulheres, não só
pela letra das normas ou leis, mas também, e fundamentalmente, pela consolidação
de estruturas específicas, mediante as quais o aparelho policial e/ou jurídico
pode ser mobilizado para proteger as vítimas e/ou punir os agressores. No
Brasil, há nove anos, em agosto de 2006, era sancionada a Lei 11.340, conhecida
como Lei Maria da Penha, visando incrementar e destacar o rigor das punições
para esse tipo de crime.
Não é a primeira vez que o
Mapa da Violência foca especificamente o tema da violência de gênero. De forma
habitual, todos os Mapas trabalharam a distribuição por sexo das violências,
sejam suicídios, homicídios ou acidentes de transporte. Em 2012, dada a
relevância do tema e as diversas solicitações nesse sentido, foi elaborado o
primeiro mapa especificamente focado nas questões de gênero.
Com informações atualizadas
dos Mapas anteriores, visando verificar a evolução recente do problema no
Brasil e no mundo, e, para a divulgação dos novos dados, a Faculdade
Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Sede Acadêmica Brasil, uniu
forças com os escritórios no Brasil da ONU-Mulher e da OMS/OPAS e, também, com
a Secretaria de Políticas para as Mulheres, visando ampliar a disseminação do
estudo.
A fonte básica para a
análise dos homicídios no Brasil, em todos os Mapas da Violência até hoje
elaborados, é o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), da Secretaria de
Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS).
A Flacso Brasil, como
instituição dedicada à promoção de estudos e pesquisas em Ciências Sociais,
cumprindo seu compromisso com a divulgação de estudos que contribuam para a
melhoria da vida social e a superação de situações socialmente inaceitáveis,
como a permanência da violência como linguagem validada, lançará na próxima
segunda-feira (9), o Mapa da Violência 2015 – Homicídio de mulheres no Brasil,
às 10h, em Brasília.
A seguir, alguns dos dados apresentados no Mapa da Violência 2015: homicídio de mulheres no Brasil.
A seguir, alguns dos dados apresentados no Mapa da Violência 2015: homicídio de mulheres no Brasil.
Assassinato de mulheres UFs –
Entre 2003 e 2013, o número de vítimas do sexo feminino passou de 3.937 para
4.762, incremento de 21,0% na década. Essas 4.762 mortes em 2013 representam 13
homicídios femininos diários.
Diversos estados
evidenciaram pesado crescimento na década, como Roraima, onde as taxas mais que
quadruplicaram (343,9%), ou Paraíba, onde mais que triplicaram (229,2%).
Entre 2006, ano da
promulgação da lei Maria da Penha e 2013, apenas em cinco Unidades da Federação
foram registradas quedas nas taxas: Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco, São
Paulo e Rio de Janeiro.
Assassinato de mulheres nas
capitais – Vitória, Maceió, João Pessoa e Fortaleza encabeçam as capitais
com taxas mais elevadas no ano de 2013, acima de 10 homicídios por 100 mil
mulheres. No outro extremo, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais com as
menores taxas.
Assassinato de mulheres nos municípios – Dentre 100 municípios com mais de 10.000 habitantes do sexo feminino (com as maiores taxas médias de homicídio de mulheres/por 100 mil), as 10 primeiras posições no ranking nacional são: Barcelos/AM (1º), Alexânia/GO (2º), Sooretama/ES (3º), Conde/PB (4º), Senador Pompeu/CE (5º), Buritizeiro/MG (6º), Mata de São João/BA (7º), Pilar/AL (8º), Pojuca/BA (9º) e Itacaré/BA (10º).
Assassinato de mulheres nos municípios – Dentre 100 municípios com mais de 10.000 habitantes do sexo feminino (com as maiores taxas médias de homicídio de mulheres/por 100 mil), as 10 primeiras posições no ranking nacional são: Barcelos/AM (1º), Alexânia/GO (2º), Sooretama/ES (3º), Conde/PB (4º), Senador Pompeu/CE (5º), Buritizeiro/MG (6º), Mata de São João/BA (7º), Pilar/AL (8º), Pojuca/BA (9º) e Itacaré/BA (10º).
Estatísticas internacionais
– De acordo com os dados da OMS, o Brasil tem taxa de 4,8 homicídios por 100
mil mulheres, em 2013, o que coloca o país na 5ª posição internacional, entre
83 países do mundo.
Cor das vítimas – As
taxas das mulheres e meninas negras vítimas de homicídios cresce de 22,9% em
2003 para 66,7% em 2013. Houve, nessa década, um aumento de 190,9% na
vitimização de negras, índice que resulta da relação entre as taxas de
mortalidade brancas e negras, expresso em percentual.
Idade das vítimas –
Baixa ou nula incidência até os 10 anos de idade, crescimento íngreme até os
18/19 anos, e a partir dessa idade, tendência de lento declínio até a velhice.
O platô que se estrutura no homicídio feminino, na faixa de 18 a 30 anos de
idade, obedece à maior domesticidade da violência contra a mulher.
Meios utilizados nos
homicídios e local de agressão – Nos homicídios masculinos prepondera
largamente a utilização de arma de fogo (73,2% dos casos), nos femininos essa
incidência é bem menor: 48,8%, com o concomitante aumento de estrangulamento/sufocação,
cortante/penetrante e objeto contundente, indicando maior presença de crimes de
ódio ou por motivos fúteis/banais.
Outro indicador diferencial
dos homicídios de mulheres é o local onde ocorre a agressão. Quase a metade dos
homicídios masculinos acontece na rua, com pouco peso do domicílio. Já nos
femininos, essa proporção é bem menor: mesmo considerando que 31,2% acontecem
na rua, o domicílio da vítima é, também, um local relevante (27,1%), indicando
a alta domesticidade dos homicídios de mulheres.
ATENDIMENTOS POR VIOLÊNCIAS
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)
O foco do presente estudo é
a violência letal dirigida contra a mulher. Como as Declarações de Óbito
utilizadas como fonte para qualificar os homicídios não fazem referência aos
autores da violência, foi necessário recorrer a fontes alternativas, espécie de
proxys, usando registros de violências que, tendo as mesmas características e
circunstâncias daquelas letais, não necessariamente levaram à morte da mulher
agredida: O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do
Ministério da Saúde registra, de forma compulsória, os atendimentos realizados
pelo Sistema Único de Saúde diante da suspeita de violência contra as mulheres
que demandam atenção médica no sistema.
Em um capítulo do estudo, apresenta-se uma análise sobre os atendimentos em 2014, por UF, idade da vítima, agressores, tipos de violência, local da agressão, reincidências e encaminhamentos realizados.
Em um capítulo do estudo, apresenta-se uma análise sobre os atendimentos em 2014, por UF, idade da vítima, agressores, tipos de violência, local da agressão, reincidências e encaminhamentos realizados.
Pesquisa Nacional de Saúde
(PNS) – A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) é uma pesquisa de base
domiciliar, de âmbito nacional, resultado de uma parceria entre o Ministério da
Saúde (MS) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir
dos dados fornecidos pela PNS conferimos:
- um total de 3,7 milhões de
pessoas, com 18 anos ou mais, sofreram agressão de alguém conhecido. Isso
representa 2,5% da população nessa faixa etária. Mas o número de vítimas do
sexo feminino, 2,4 milhões, quase duplica os quantitativos masculinos: 1,3
milhão. Assim, 1,8% do universo masculino do País, contra 3,1% do feminino,
foram vítimas de agressão por alguém conhecido;
- Amapá, Sergipe e Rio
Grande do Norte destacam-se por evidenciar as maiores taxas de agressão ao sexo
masculino. Rio Grande do Norte, Paraná e Pará, pelas maiores taxas do sexo
feminino.
Estimativas de feminicídio
no Brasil – O estudo também realiza uma estimativa dos feminicídios que
aconteceram no pais no ano de 2013, nos termos da recente Lei 13.104/2015, em
março de 2015, a Lei do Feminicídio:
- dos 4.762 homicídios de
mulheres registrados em 2013, 2.394, isso é, 50,3% do total foram perpetrados
por um familiar da vítima, o que representa perto de 7 feminicídios diários
nesse ano;
- 1.583 dessas mulheres
foram mortas pelo parceiro ou ex-parceiro, o que representa 33,2% do total de
homicídios femininos nesse ano. Nesse caso, as mortes diárias foram 4.
Coletiva de imprensa após o lançamento.
Mais informações:
Coletiva de imprensa após o lançamento.
Mais informações:
Faculdade Latino Americana
de Ciências Sociais – Flacso Brasil
(21) 2234-1896 | (21) 2334-0890
Margareth Doher – (21) 9 9565-7810 | margarethdoher@flacso.org.br
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Organização Pan-Americana da
Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS)
Luís Felipe Sardenberg
(61) 3251-9581 | comunicacaoopasbrasil@paho.org
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ONU Mulheres – Entidade das
Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres
(61) 3038 9140 | 8175 6315
Isabel Clavelin – Assessora de Comunicação. isabel.clavelin@unwomen.org
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Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres
Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos
Cleia Martins – Coordenadora de Imprensa
(61) 3313-7074 | 9689-4378 | cleia.martins@spm.gov.br
Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos
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