A secretária Concita Maia parabeniza as representantes eleitas dos conselhos de Administração e Fiscal da Cooperativa de Mulheres Yawás (Foto: Maria Meirelles/SEPMulheres)
Estimular e fortalecer a inclusão socioprodutiva das mulheres indígenas têm sido um dos eixos trabalhados pelo governo do Acre. Nesse contexto, a titular da Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SEPMulheres), Concita Maia, acompanhada do diretor do Seguimento de Economia Solidária da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Carlos Taborga, esteve na última semana na aldeia Mutum, localizada no Rio Gregório, em Tarauacá, para a criar a primeira Cooperativa de Mulheres Yawanawás do território acreano.
A iniciativa faz parte de uma parceria entre a SEPMulheres, o Fórum Estadual de Economia Solidária e a OCB, além de ser fruto do projeto “Casas de Produção e Cultura da Mulher Indígena”, financiado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Cerca de 30 índias participaram do processo de criação da Entidade de Mulheres, que recebeu o nome de Cooperativa de Produção Sociocultural de Mulheres Yawanawás, Awihu Maninipahu, que significa “as mãos de muitas mulheres trabalhando”.
Segundo o diretor Carlos Taborga, o trabalho de cooperativismo irá fortalecer a produção local das índias. “A Cooperativa de Mulheres Yawanawás será um instrumento de fortalecimento na produção das biojoias, possibilitando de maneira legal a comercialização desses produtos, por meio do processo de cooperativismo, onde todas as cooperadas serão beneficiadas”, ressaltou.
“Não tenho palavras para agradecer a emoção que é ter o apoio do governo do Estado na criação da nossa Cooperativa de Mulheres. Essas mulheres são verdadeiras artesãs da floresta que sonhavam com a oportunidade de comercializar nossos produtos. E tudo isso é fruto da Casa de Produção e Cultura da Mulher Yawanawá, um sonho que sonhamos juntas e agora vemos acontecer e dar frutos”, disse a cacique da Aldeia Mutum, Mariazinha Yawanawá.
Na ocasião, as índias elegeram as representantes dos conselhos Administrativo e Fiscal da Cooperativa de Mulheres que serão responsáveis por gerenciar o empreendimento no período de dois anos. Para que elas tenham domínio do assunto, a OCB irá oferecer, ainda este ano, uma formação em Cooperativismo para todas as yawanawás cooperadas.
A presidenta eleita e idealizadora da Cooperativa, Júlia Yawanawá, destacou a importância histórica do momento: “Este é um momento histórico na vida das mulheres yawanawás, pois estamos fundando a primeira Cooperativa das Yawás do Acre. E, para mim, que sonhei e batalhei por esse espaço, é a concretização de um sonho. Por isso, parabenizo a Concita Maia, enquanto representante do governo do Estado, por ter essa sensibilidade em trabalhar conosco, mulheres da floresta”, afirmou emocionada.
“Estamos escrevendo uma página na história das mulheres yawanawás e me sinto muito honrada em participar desse processo. O governador Tião Viana, desde o início de sua gestão, mostrou o seu comprometimento com as mulheres ao instituir a SEPMulheres, que tem se empenhado ao máximo para fortalecer e implementar políticas públicas de gênero, em especial àquelas que vivem em locais de difícil acesso, onde ações de governo ainda não chegaram”, concluiu Concita Maia.
Um novo horizonte
O projeto “Casa Produção e Cultura da Mulher Indígena”, situado na área da Inclusão Sócio Produtiva da SEPMulheres, beneficiou a Terra Indígena Yawanawá do Rio Gregório com três sedes, distribuídas geograficamente para abranger as aldeias arredias. Além de um espaço físico específico para a confecção de produtos nativos e repasse de saberes, as índias receberam cursos de aperfeiçoamento em artesanato e todo o equipamento necessário para produção em grande escala.
Para a vice-presidenta eleita e professora da aldeia Mutum, Nedida Yawanawá, a implementação de políticas públicas direcionadas para as índias abriu um novo horizonte de possibilidades. “O nosso desejo sempre foi um espaço equipado para que pudéssemos produzir nosso artesanato. Hoje, além desse espaço, temos um novo horizonte de possibilidades para desenvolver a nossa produção, mediante o processo de comercialização dentro da nossa cooperativa”, afirmou.
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