Por se tratar de uma doença que não
tem cura, mas cujos sintomas quase sempre podem ser controlados, aendometriose requer que a paciente tenha acompanhamento médico constante. A consulta
a um especialista é fundamental não só para evitar que o problema retorne mesmo
após um tratamento bem sucedido, mas também para impedir que evolua.
O médico e
professor Dr. João Sabino da Cunha Filho, do Departamento de Ginecologia e
Obstetrícia da Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRGS), explica que, no
início, o acompanhamento deve ser mensal ou trimestral, de acordo com a
gravidade da doença. Após essa primeira fase, a mulher deve ir ao médico a cada
seis meses.
“Mesmo que as dores
desapareçam, é necessário sempre estar atento à evolução da enfermidade por
meio da realização de exames periódicos. Isso é ainda mais importante nos casos
avançados, já que a média de tempo para se diagnosticar a endometriose é de
cerca de oito anos”, afirma.
Os principais
problemas apresentados pelas mulheres que sofrem com o problema são cólicas
menstruais intensas, dores (ao manter relações sexuais, ao urinar ou evacuar) e
dificuldade para engravidar, e o tratamento será diferente em cada uma dessas
situações.
O enfrentamento das
dores crônicas varia de acordo com o grau da endometriose. Quando a enfermidade
está mais avançada, geralmente recorre-se a uma cirurgia para retirar os focos
da doença – num procedimento chamado delaparoscopia. Isso, no entanto, acontece
em menos de 10% das situações, segundo Cunha Filho. Na grande maioria das vezes,
o problema fica restrito à região pélvica (área inferior do abdome).
Em estágios menos graves, a
endometriose é combatida com a administração de medicamentos. A
medicação deverá ser mantida até a menopausa, quando os sintomas da doença
tendem a desaparecer por conta do fim das menstruações.
“Durante o
tratamento, também é importante que a paciente adote algumas medidas que
influenciarão diretamente no resultado, como parar de fumar e de beber, passar
a realizar exercícios físicos e ter uma boa alimentação”, recomenda Cunha
Filho. “Esses fatores ajudam a fortalecer a sua saúde e a vencer o problema.”
Nos casos que
envolvem dificuldade de engravidar, na maioria das vezes é feito tratamento
específico, frequentemente com apoio de uma clínica de reprodução humana. “As
opções são congelamento de óvulos, fertilização in vitro e inseminação
artificial”, diz o especialista, que também é coordenador do Ambulatório de
Reprodução Humana do Hospital de Clínicas da UFRGS.
Cunha Filho
esclarece que, após a paciente ter engravidado, a doença em nada afeta a
gestação – uma mulher com endometriose não tem necessariamente uma gravidez de
risco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário