segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Endometriose longe e Ginecologista por perto


 Endometriose longe e ginecologista por perto
Por se tratar de uma doença que não tem cura, mas cujos sintomas quase sempre podem ser controlados, aendometriose requer que a paciente tenha acompanhamento médico constante. A consulta a um especialista é fundamental não só para evitar que o problema retorne mesmo após um tratamento bem sucedido, mas também para impedir que evolua.
O médico e professor Dr. João Sabino da Cunha Filho, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRGS), explica que, no início, o acompanhamento deve ser mensal ou trimestral, de acordo com a gravidade da doença. Após essa primeira fase, a mulher deve ir ao médico a cada seis meses.
“Mesmo que as dores desapareçam, é necessário sempre estar atento à evolução da enfermidade por meio da realização de exames periódicos. Isso é ainda mais importante nos casos avançados, já que a média de tempo para se diagnosticar a endometriose é de cerca de oito anos”, afirma.
Os principais problemas apresentados pelas mulheres que sofrem com o problema são cólicas menstruais intensas, dores (ao manter relações sexuais, ao urinar ou evacuar) e dificuldade para engravidar, e o tratamento será diferente em cada uma dessas situações. 
O enfrentamento das dores crônicas varia de acordo com o grau da endometriose. Quando a enfermidade está mais avançada, geralmente recorre-se a uma cirurgia para retirar os focos da doença – num procedimento chamado delaparoscopia. Isso, no entanto, acontece em menos de 10% das situações, segundo Cunha Filho. Na grande maioria das vezes, o problema fica restrito à região pélvica (área inferior do abdome).
Em estágios menos graves, a endometriose é combatida com a administração de medicamentos. A medicação deverá ser mantida até a menopausa, quando os sintomas da doença tendem a desaparecer por conta do fim das menstruações.
“Durante o tratamento, também é importante que a paciente adote algumas medidas que influenciarão diretamente no resultado, como parar de fumar e de beber, passar a realizar exercícios físicos e ter uma boa alimentação”, recomenda Cunha Filho. “Esses fatores ajudam a fortalecer a sua saúde e a vencer o problema.”
Nos casos que envolvem dificuldade de engravidar, na maioria das vezes é feito tratamento específico, frequentemente com apoio de uma clínica de reprodução humana. “As opções são congelamento de óvulos, fertilização in vitro e inseminação artificial”, diz o especialista, que também é coordenador do Ambulatório de Reprodução Humana do Hospital de Clínicas da UFRGS.
Cunha Filho esclarece que, após a paciente ter engravidado, a doença em nada afeta a gestação – uma mulher com endometriose não tem necessariamente uma gravidez de risco.


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